As oportunidades na infância podem não ter sido as mesmas para as universitárias Renata e Suzana, mas ambas concordam numa questão: ”o que determina seu futuro é a sua dedicação!”.
Estudante do 3 período do curso de Jornalismo na Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte, Suzana Barros Buçard, 20, estudou dos 2 aos 17 anos de idade numa escola particular na região central da capital mineira. Suzana fala sobre o cotidiano do aluno de uma escola particular. Questionada sobre o acesso à coordenação e direção da escola, diz que jamais encontrou dificuldades no contato com estes responsáveis, “muito pelo contrário, sempre foram muito receptivos, a coordenadora era também psicóloga e independente de ter sido ou não encaminhado por algum professor, o aluno sempre teve livre acesso à coordenação!”, conta a aluna.
Sobre a estrutura de laboratórios, acervo da biblioteca e demais dependências da escola também não fez nenhuma reclamação. Falando sobre os professores, disse ter somente elogios, alguns mais rígidos, outros mais amigáveis, mas todos muito exigentes no cumprimento de suas tarefas. “ Muitos deixaram pra mim exemplos que guardarei pela vida inteira.”. relembra Suzana.
Já a universitária Renata Santos, 19, estudante do 2 período do curso de Administraçao da Faminas (Faculdade de Minas de Belo Horizonte) não pôde render tantos elogios às escolas por onde passou. Renata estudou da 1 série do primário ao 1 ano do ensino médio em escolas públicas da periferia de Belo Horizonte. Nos dois últimos anos, estudou na escola Estadual Central, na região hospitalar da capital. A estudante fala sobre a falta de estrutura física das escolas da periferia, principalmente no que diz respeito à laboratórios e acervo bibliotecário. Quanto ao acesso à coordenação diz que nas escolas da periferia era mais fácil, pois normalmente o diretor ou coordenador está durante todo o dia, na escola Estadual Central, disse não ter um acesso tão fácil,
porém, os alunos tinham acesso à atendimento psicológico, normalmente encaminhado por professores.
Quanto ao ensino e cobrança, Renata disse que os professores da segunda escola eram mais exigentes, e que teve dificuldades de acompanhar os alunos que já estavam acostumados com o ritmo do colégio.
Diferente dos colegas de Suzana, os alunos das escolas públicas tinham mais resistência à disciplina, “a maioria não era tão dedicada, mas tinham aqueles que entendiam o que estava fazendo lá”, diz a futura administradora.
Renata estudou durante toda a vida escolar na rede pública e como a maioria dos jovens de periferia, não teve muitas oportunidades de cursos e preparações para o mercado de trabalho, mas contrariando as expectativas do mercado, se dedicou nos estudos, mesmo na rede pública e sem precisar passar por cursinhos preparatórios, fez o exame nacional do ensino médio ( ENEM) assim que concluiu o 2 grau e por obter uma pontuação bem acima da média, conseguiu a bolsa integral para o curso de administração através do projeto de incentivo do governo federal, o ProUni ( Programa Universidade para Todos) e hoje, com sua dedicação é a responsável financeira de uma micro empresa do ramo de tecnologia na região Norte da capital. Para os estudantes das redes públicas ou privadas, ficam então o seu exemplo de superação, e como defendem as duas universitárias: “independente das oportunidades, o que vai fazer a diferença é a dedicação do aluno!”.
Fernanda Milaine de Castro